quinta-feira, 19 de julho de 2012

2012: days in Hell



"Pois aquele garoto que ia mudar o mundo,
agora assiste a tudo em cima do muro!" (Cazuza)

Há quanto tempo não vejo isso daqui!! Sentiram minha falta? É... EU TAMBÉM NÃO!!-rsrs!! Entretanto, andei meio "noiado" das ideias e, por isso, sumi das vossas vistas... Agora que estou mentalmente convalescendo, resolvi escrever sobre esse estado em que me encontrei durante o primeiro semestre de 2012, período de grande introspecção e reflexão em minha vida!!

Parto do quesito  profissão. Como vocês devem ter lido ao lado, sou professor de Língua Portuguesa e Inglesa... Pois é... Prestei um concurso público, no final de 2010, pela Prefeitura de Cravinhos e passei!! Eeeeeeeeeeeee!! Era então um funcionário EFETIVOOOO!! Estabilidade financeira, só Jesus me tiraria este emprego... Jesus e/ou condições adversas que viriam posteriormente...

Fui todo alegre providenciar os documentos (e não eram poucos...)!! Na atribuição fiquei sabendo do meu Destino: eu seria professor INGLÊS DE ENSINO FUNDAMENTAL I (1ª a 4ª série, em sua maioria sem saber ler/escrever Português direito...)!! Eu não sabia se ficava chocado ou ansioso pelo fato de NUNCA ter dado aula pra crianças (mas sim pra adolescentes e adultos, até então...). Aliás, a Pedagogia e a Psicologia da Educação nunca me atraíram em nada... Mas lá estava eu com um cargo público, trabalhando em algo que não me correspondia, não me pertencia... 

Nisso, tudo, a maior compensação de todas foi eu ter feito os amigos que fiz (ponto final!)!! NÃO, eu não gostava do que estava fazendo e, depois de noites em claro, em auto-questionamento, exonerei o cargo!! Seu viado louco!! Como você faz isso?!?! Você tinha estabilidade!! Sim!! Eu tinha estabilidade!! O que eu não tinha era satisfação profissional, fato qual me custou a saúde mental... TÁ!! EU FAÇO TRATAMENTO, E DAÍ?!?!-ahauahuahua!!

Sabem, o que eu cansei mesmo foi o fato de me sentir espoliado e estuprado pelo Sistema... Vejam, um vereador ou deputado, para trabalhar umas três vezes por semana e fazer PORRA NENHUMA, ganha mais de R$ 20.000,00/mês... Pra formar cidadãos e (re) alfabetizar indivíduos um professor trabalha o dia inteiro por algo que não chega a R$4.000,00/mês... Sem contar as infindas indisciplinas, as ameaças, a falta de resultado no seu trabalho (existem escolas e "escolas"...), sem contar o descaso dos órgãos governamentais com a situação do professor e da Educação no Brasil, ou seja, por que estudei tanto na faculdade e para os concursos? Tantas são as leis e tantas são as irregularidades e insatisfações com elas...

Tudo isso acarretou em outros problemas, como a minha Síndrome de Burn-out, na qual você perde o gosto em fazer qualquer coisa (inclusive aquela palavrinha que começo com S e termina com SEXO-auhahuauhahu!!)... Até o presente momento em que escrevo, muitas são as dúvidas existenciais, os barroquismos internos e as hipersensibilidades físicas e psicológicas... Tenho lutado contra isso de várias formas: saindo ao máximo com meus amigos e parentes; tocando com a minha banda (fiquem atentos nas datas de shows!!-rsrs!!), "paquerando" (isso não tem dado muito certo... mas...); ficando na Internet até tarde vendo vídeos de Humor Negro, lendo vários livros ao mesmo tempo...

Resumindo: os conflitos e os "ossos do ofício" finalmente me vieram à tona e eu, nesse sentido, não soube como lidar com eles... Estável ou não, com a Graça de Deus, trabalho onde gosto (e muito!!) O que JÁ perdi, aos 26 anos de idade,  foi a vontade de mudar o que não é possível ser mudado!! Senti na pele o que muitos de meus colegas já sentem há anos!! No entanto, minha esperança repousa não somente em minha qualificação profissional que construí com os árduos estudos, como nos meus sonhos, que jamais cessarão!! Se 2012 começou feliz para mim? NÃO!! Não começou!! Os meses têm sido difíceis!! O que preciso agora é continuar dando o melhor de mim, me "desemburrecer" e me desintoxicar de 2011, coar o que de bom ficou e tentar seguir em frente com meus planos de vida (cursinhos, mestrado, doutorado), mesmo que a minha existência diga o contrário...